001 - Prólogo

O dia amanhecera como qualquer outro em Vaniville Town, exceto pela aparição surpresa da neve, alegrando ou importunando alguns de seus moradores. Os flocos emparelhavam em montinhos acima das casas elegantes de tijolos marrons, sobre as copas das arvores que, durante o verão, brotavam flores estonteantes, permeando o ar com um doce aroma e por fim, a neve manchava lentamente os caminhos de pedra. Ainda que fosse uma cidade pequena, podia-se constatar que o local emanava cordialidade. Era possível também escutar com clareza as vozes animadas dos moradores e o cheiro quase palpável de pão assado. Christian percorria em meio à cidade de forma aéreo. Não havia passado muito tempo desde que recebera seu primeiro pokemon. Litten, era gatuno um tanto orgulhoso, não manifestava interesse pelo seu treinador, provavelmente devido pela quase inexistência de vínculo entre eles. Decidido em melhorar sua relação com Litten, Christian viera com uma ideia interessante, pôr um apelido nele. Depois de diversas sugestões, Night fire fora a opção escolhida, mesmo que contra a vontade do pokemon.

Vaniville Town atrai todo tipo de atenção, pois além de combinar simplicidade e elegância, a convivência entre os pokemons selvagens se tornou algo comum na rotina da cidade. Durante a andança, Christian continuou a pensar em novas formas de aumentar a confiança entre ele e Night Fire. E, sem que percebesse, uma pequena criatura peluda, nativa da região, saíra detrás de um vaso de flores. O pokemon selvagem fitou o rapaz, indiferente. Ansiava que ele passasse o mais depressa possível e que não fosse cego o bastante de pisa-lo ali.

Sorteio do Pokemon

Night Fire fora o primeiro a notar o estranho pokemon. Posicionou-se rapidamente a frente do treinador e urrou, chamando a atenção dele. Christian não gostou de ter sido surpreendido e nem se sentir como um intruso ali. Porém, a pequena criatura sequer se perturbava com a presença dos dois, mas não sabia ao certo o que se passava pela sua mente, por isso continuou a fita-lo. Incomodado, Christian comandou à Night Fire a atacar com Ember. A primeira esfera de fogo pegou a criaturinha de sobressalto, repelindo-o para trás. Naquele mesmo momento, Christian retirava da mochila sua pokedex e apontava na direção do pokemon selvagem, com intuito de analisa-lo. Num tilintar todas as informações necessárias surgiam em sua tela.

Espurr

POKEDEX:

Espurr sacudiu a cabeça e quando abriu os olhos via que uma parte de sua pelagem havia chamuscado. O pokemon mirou o treinador e o gatuno negro com olhos roxos enfurecido e, ao perceber que seria atacado outra vez, prontamente se levantou e esquivou da segunda bola de fogo passando por detrás do vaso de flores. Sem perder tempo, deixou seu escudo temporário e decidiu contra-atacar. De súbito, seus olhos mudaram para um tom azulado, incluindo seu corpo que também ficava delineado por uma fina luz azulada. Ele mexeu as pequenas patinhas e apontou para o seu adversário. Confusion. O golpe psíquico abalou o gatuno negro, instituindo a um estado de leve confusão. Espurr ainda irritado, acelerou na direção de Night Fire, ergueu uma das patas dianteiras e o arranhou no rosto, deixando um rastro branco de energia.

situação da batalha:

Christian sabia que a batalha não seria fácil e ainda assim não desistiria. Agarrou-se a ideia de que iria capturar Espurr ao final, no entanto, para que isso acontecesse teria que derrota-lo. O primeiro passo deste intento fora criar uma estratégia. Absorvia todas as informações que podia do felino de pelagem acinzentada na pokedex e discutia consigo mesmo o que faria a seguir. Decidindo o plano, repassou de imediato ao seu pokemon, Night Fire. Ambos estavam prontos para recomeçar aquela batalha. Litten aquiesceu e disparou uma esfera de fogo. Espurr poderia não ter muito conhecimento de batalha, mas também não era bobo de cair no mesmo ataque. Esquivou saltando para direita, sentindo o calor cruzar por ele. Porém, quando voltou a olhar na direção do gatuno negro, ele tinha desaparecido.

Em contrapartida, após Night Fire lançar a bola de fogo, ele pôs-se a correr pela direita, circulando por trás do alto canteiro de flores, deixando Espurr sem ângulo de visão. Aproveitando-se desta chance, Litten aumentou a velocidade e reapareceu do lado esquerdo do pokemon psíquico. Surpreso, Espurr não tinha chances de se defender. Fora arranhado no rosto e isso foi o suficiente para ele perder o equilíbrio e ser empurrado brutalmente contra a parede. Espurr urrou de dor, colocou as pequenas patinhas no rosto; lágrimas emergiam dos olhos. O pequeno felino encheu as bochechas de ar, tentando ignorar a dor, fitou o oponente antes que se afastasse. Usou mais uma vez Confusion, impelindo e fazendo seu corpo ser arrastado no chão. Dessa vez, o ataque parecia ter surtido efeito.

situação da batalha:

Mesmo que o primeiro ataque não tenha acertado em Espurr, Christian ficou muito feliz com o desempenho de Litten. O rapaz ficava animado a cada segundo e sem perder tempo, mais uma vez instruía seu pokemon a atacar. Night Fire ululou entusiasmado, cravou as garras no chão e num impulso correu o mais rápido que pôde na direção do felino. A estratégia posta em jogo seria a mais ousada de Christian, ainda que não tivesse certeza se daria certo. Ele via o gatuno negro de listas alaranjadas lançar-se acima de Espurr, fincando as garras afiadas no corpo peludo dele. Rapidamente, abriu a boca, expelindo uma esfera de fogo. Novamente, o pokemon psíquico ainda aturdido pelo último golpe recebido, não conseguiu se defender.

A bola de fogo atingiu seu rosto, fazendo-o bradar de dor. Num intuito de repelir a dor, usou confusion, impelindo Litten para longe. O ataque não foi forte, mas o suficiente para retira-lo de cima dele e por fim, deixa-lo confuso. Seus olhos transformaram-se em redemoinhos, cambaleando de um lado e para o outro.

situação da batalha:

O jovem treinador estava tão entusiasmado e concentrado na vitória que não percebera o estado do próprio pokemon. Night escutou seus comandos, no entanto ao dar o primeiro passo seu mundo girou. Os olhos ainda permaneciam na forma de redemoinhos, cambaleava de um lado e para o outro. Espurr ofegante, fitou na direção do gatuno negro e logo notou que seu adversário encontrava-se confuso. Viu aquilo como uma ótima oportunidade para atacar. Correu tropegamente e esticando as patas dianteiras, arranhou-o duas vezes no rosto. Litten gemeu com a súbita dor, porém os golpes foram suficientes para tira-lhe da confusão e num contra-ataque usou Scratch.

Espurr não aguentando os golpes e o cansaço, acabou desmaiando, caindo feito uma pluma no chão de pedra fria. A dupla finalmente havia finalizado seu combate e desfrutava a sua primeira vitória. Com o desmaio, Christian estava habilitado a tentar efetuar sua primeira captura ou apenas ignora-lo.

notas:

Chris estava decidido em fazer Espurr parte da sua equipe. Lançou a pokebola com muita confiança, deixando a mesma quicar nos pelos do pokemon e sugando-o para dentro em um feixe avermelhado. A esfera vermelha e branca pousou na neve feito uma pluma e enquanto ela oscilava uma luz no seu centro piscava indo no mesmo ritmo da esfera. Levou segundos para o objeto parar de mover e soltar um tilintar baixo. Christian pegara enfim o pokemon psíquico.

Agora a dupla estava livre de olhares ou de pokemon estranhos. Voltavam a andar pelo caminho de pedra fria. Até o momento ninguém mais surgira àquela área. As pessoas estavam recolhidas em suas casas, no calor das lareiras ou de seus amigos do tipo fogo. O clima continuava o mesmo, gélido e solitário.

observação: